Escrever aos
amados leitores nem sempre é tarefa fácil, pois considero uma arte e um dom
fazer “o importante se tornar interessante”. Que Deus me ajude a conseguir
fazer tal coisa.
Não é segredo nem
novidade para muitos que essa geração de cristãos tem estado extremamente aquém
do Evangelho verdadeiro. Contudo para se saber as razões e o “porquê” disso, é
necessária uma leitura teológica e espiritual de nossa parte. Tem-se feito
muitas especulações a esse respeito, mas creio que a ignorância do conhecimento
de Deus é uma das maiores causas desse “cristianismo não evangélico” atual.
Entendendo assim, anseio transmitir ao seu coração algo a respeito do Senhor
nosso Deus, e de Sua natureza.
Sinto-me
desafiado, pois creio ser uma tarefa dificílima escrever algo sobre um ser que
supera – em muito, e em absoluto – nossa limitada capacidade de compreensão.
Tampouco quero presumir por Deus, pois se assim fizer não acrescentarei nada
mais que declarações vagas e infundadas. Tenho visto muitos cometerem erros ao
tentar conjecturar ou mesmo, através de estudos minuciosos, acharem que podem
pensar por Deus. Que o Senhor me guarde de fazer o mesmo.
Pretendo
falar sobre essa declaração bombástica extraída do livro de Jó: a santidade de
Deus. Talvez seja o atributo que mais defina o caráter de Deus: Sua santidade.
A qualidade de
ser santo, incomparável, inatingível, inimaginável, absoluto, inexpugnável,
eterno, infinito em glória e poder, excelso, augusto, incomensurável, em fim,
Deus é santo!
Todavia,
a declaração de Jó 15.15 eleva essa santidade de Deus em um grau que certamente
não temos condições de compreender, pois o texto diz que: “nem o céus são puros
aos seus olhos”, isto é, nem o céu é santo o suficiente para Ele! Isso posiciona Deus e Sua santidade em
uma esfera tão elevada, que nossa mente e coração não podem assimilar ou
suportar tal ciência.
Nada criado se
equivale à santidade de Deus, nem mesmo o próprio céu! Uma declaração
semelhante feita por Salomão nos deixa ainda mais perplexos quanto à glória e a
santidade de Deus: “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os
céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter (…)” (1Re 8.27).
Nem o céu dos
céus, nem a habitação de Deus com seus santos anjos, arcanjos, querubins,
serafins, é santa o suficiente para conter a Santidade e a Glória de Deus!
Estou tentando te mostrar nessas linhas escritas, que Deus é um ser tão santo –
mas tão santo – que nem mesmo aquilo que Ele criou com a máxima perfeição pode
se equivaler à Sua santidade.
Confesso que ao mesmo tempo em que isso é maravilhoso é também
assustador, chocante e até aterrorizante, saber que Deus é tão santo assim!
Mas você pode
perguntar: o que há de assustador em saber que Deus é santo?
É assustador,
porque podemos ter uma ideia da dimensão e da extensão das nossas ofensas
proferidas a esse Deus santo! Nossas ofensas, delitos, transgressões e pecados
atacam diretamente a Sua santidade, e se tornam muito mais graves e profundos
do que imaginamos. Temos ofendido um Deus santo, ignorado Seus valores,
atributos, agimos com desdém, temos colocado Ele em uma posição humana, amando
assim mais a criatura do que o criador (Rm 1.25).
Não respeitamos Sua onipresença, aliás, você sabe o que isso
quer dizer? Significa que Deus está em todo lugar e em todo momento
contemplando tudo e todos, inclusive nossos pensamentos. Pense: todas as nossas
ações profanas e reprováveis são feitas diante dos seus olhos, na sua própria
presença! Já pensou nisso alguma vez?
Não o temos honrado
como Lhe é devido, não temos tributado a glória que Lhe é devida, não temos
tido zelo pelo Seu nome e Sua santidade, como Jesus nos ensinou: “santificado
seja o seu nome” (Mt 6.9). Eu estou dizendo diretamente da Sua Pessoa! Deus não
é uma coisa ou um ser abstrato, Ele tem personalidade, atributos, caráter,
vontade, um reino celeste, Dele vêm leis e ordens a serem obedecidas, quando é
que vamos acordar pra isso?
A grande verdade é que a maioria das coisas que fazemos, não é
tendo em mente e como fim a santidade de Deus, melhor dizendo: Deus é quase a
última pessoa que pensamos quando estamos envolvidos na rotina da nossa vida.
Não há qualquer preocupação com a Sua pessoa, se Ele está sendo ofendido ou
esquecido o se a Sua santidade está sendo zelada ou não! Nem sequer sabemos que
estamos a ofendê-Lo e muito menos temos noção da envergadura de tal ofensa!
Talvez esse seja o maior pecado da humanidade: a ignorância De Deus!
E mais, vocês da classe acadêmica e intelectualizada,
tem feito de Deus nada mais que um objeto de estudo, com o intuito de
defenderem suas teses e teorias. Quando deveriam estar gravando seus nomes nos
corredores dos céus, esforçam-se por inscrevê-los apenas nos anais do saber!
No entanto, o pior
não é isso! Tal maneira de viver traz consequências severas e gravíssimas, pois
quando cometemos delitos na Terra, por exemplo, furtos, roubos, calúnias,
homicídios, esses diversos delitos são punidos de conformidade com a gravidade
dos mesmos, contudo a punição é aqui na Terra e, por certo período de tempo, e
toda essa sanção e pena é justa de acordo com nossas leis.
Agora as ofensas que estão aqui em questão não foram feitas a um
homem mortal, a uma repartição humana, a um animal ou meio ambiente, nem mesmo
a um cristão piedoso. As ofensas que tratamos aqui foram e são feitas contra um
Deus santo! Quando ofendemos um ser santo, eterno, perfeito, cheio de glória, a
punição (pena) de equivaler-se à ofensa, e essa punição será de âmbito eterno!
É exatamente a esse Deus descrito acima que temos ignorado e
pecado descaradamente, sem levar em conta Sua glória e santidade excelsas.
Trata-se de uma afronta e Deus não tolerará algo que ofenda Sua santidade!
Agora, é
maravilhoso, pois ao sabermos em parte a dimensão da Sua santidade e glória –
que são infinitas – também podemos ver a dimensão do Seu amor e graça, porque
mesmo sendo tão santo e magnífico se revelou à mais indigna criatura: o homem
caído.
Ó
Deus, que Cristianismo estamos vivendo! Seu Nome está sendo escarnecido! Seus
santuários profanados! Sua Lei distorcida! Seu espírito blasfemado! Vivemos em
um mundo que ninguém te conhece! Por isso pecamos desenfreadamente contra Ti,
Meu Deus! Sem mesmo termos a dimensão do tamanho desses pecados, pois não
conhecemos a Ti nem Sua santidade. Ó Deus, nos perdoe, livre-nos da
ignorância. Pois por mais que tudo que o Senhor formou ou deixou
seja belo, justo e bom, não se equivalem ao Seu amor, Sua justiça e Sua
santidade, para a qual devemos viver, amar, e entregar totalmente nossas vida.
Amém!
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais
outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31).
CRÉDITOS: Pr. PAULO JUNIOR
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